A genética molecular da resistência a drogas em Mycobacterium Tuberculosis
Palavras-chave:
antibioticoterapia, AIDS, HIV, Mycobacterium tuberculosis, tuberculoseResumo
A tuberculose (TB) é a mais devastadora das doenças infecciosas, em: todo o mundo. O seu ressurgimento, em muitos países industrializados, agravado pelo aparecimento de cepas de Mycobacterium tuberculosis multirresistentes às drogas usadas em sua terapia, despertou um grande interesse pelo entendimento dos mecanismos desta resistência. Por causa de uma relativa negligência nas pesquisas sobre a TB, no passado, e do lento desenvolvimento de técnicas genéticas para estudar as infecções por micobactérias, os mecanismos macromoleculares de resistência às drogas em M. tuberculosis eram desconhecidos até bem pouco tempo. Neste trabalho, nós discutimos os mais recentes avanços nos estudos sobre os mecanismos de resistência às três principais drogas anti-TB: isoniazida, rifampicina e estreptomicina. Enquanto os mecanismos de resistência à rifampicina e à estreptomicina são semelhantes àqueles encontrados em outras bactérias, a sensibilidade e a resistência à isoniazida são específicas da M. tubercu!osis. Até agora, foi demonstrado o envolvimento de mutações em dois sítios cromossomiais: katG e inhA, com a resistência da A1 tuberculosis à isoniazida. A identificação e a caracterização de mutações responsáveis por resistência abrem novas possibilidades para a rápida detecção de cepas de M. tuberculosis resistentes aos quimioterápicos. Além disto, o entendimento dos mecanismos moleculares desta resistência e da ação destas drogas pode, eventualmente, contribuir para uma modelagem, mais racional, de novos compostos anti-TB.