Citologia cervico vaginal, DNA HPV e RNAm – estudo comparativo em 162 pacientes
Palavras-chave:
HPV, carcinoma cervical, PCR, E6/E7 RNAm, tipos de HPV, NASBAResumo
Introdução: em contraste com a melhora geral da situação socioeconômica da população brasileira, patologias que são características de uma deficiente assistência à saúde persistem. Entre elas, o câncer cervical (CC) é emblemático, ainda apresentando uma persistente alta incidência. Objetivo: avaliar o desempenho da citologia e de métodos de detecção de DNA e RNAm de HPV em 162 pacientes submetidas a prática clínica ginecológica de rotina. Métodos: cento e sessenta e duas pacientes atendidas em uma clínica particular de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, tiveram amostras cervicais coletadas e processadas para estudo citopatológico e molecular; PCR convencional e NASBA. Amostras positivas para o DNA do HPV foram submetidas à PCR tipo-específica (PCR HPV-TE). Resultados: entre as 162 amostras, 19,8% (32/162) apresentaram esfregaços alterados, sendo 4/32 classificadas como ASC-H, 9/32 como ASC-US, 9/32 como LSIL e 10/32 como HSIL. Biópsias revelaram nove casos de NIC I, nove casos de NIC II e um caso de NIC III. O DNA do HPV foi detectado em 38,3% (62/162) das amostras. Expressão de E6/E7 (RNAm) foi encontrada em 13,6% (22/162) das amostras. Utilizando a PCR tipo-específica (HPV-TE), o HPV 16 foi o tipo mais frequente, encontrado em 8% (5/62) das amostras HPV+. Considerando NIC 2+ o padrão-ouro, a especificidade da citologia foi de apenas 38,5%, enquanto a sensibilidade e a especificidade da PCR DNA e RNAm foram, respectivamente, 100% e 60%; 18,7% e 68,7%. Conclusão: a expressão de E6/E7 RNAm não se mostrou um marcador altamente específico ou sensível para doença cervical prevalente, enquanto o DNA HPV pode ser utilizado para rastreamento apenas em conjunto com testes adjuvantes mais específicos.