Infecções causadas por papilomavírus humanos e transplante renal
uma revisão
Palavras-chave:
HPV, hiperplasia, neoplasia, câncer, transplante renalResumo
A terapia imunossupressora em pacientes receptores de transplante renal fornece um ambiente favorável ao desenvolvimento de infecções virais. Dentre estas infecções, aquelas causadas pelos papilomavírus humanos (HPV) são geralmente associadas a neoplasias mucocutâneas que podem ameaçar a sobrevida pós-transplante. Pesquisas clínicas sugerem que receptores de transplante podem apresentar um risco até cinco vezes maior de desenvolverem quadros de doenças malignas múltiplas, devido à maior frequência da persistência do HPV. A oncogênese induzida por HPV de alto risco é um processo de múltiplos estágios, no qual a infecção persistente é o evento fundamental, apesar de alterações genéticas e epigenéticas adicionais serem necessárias para a transformação maligna. Os principais tipos tumorais relacionados à infecção persistente por HPV são os cânceres anogenitais, orais e de pele, comuns em receptores de transplante e responsáveis por grande morbidade e mortalidade. Uma vez que vacinas profiláticas de alta eficácia contra a infecção pelo HPV foram aprovadas para uso na população humana, estudos para avaliar a imunogenicidade e eficácia destas vacinas em imunossuprimidos são recomendáveis. Assim, objetivamos fazer extensa revisão sobre o tema. Para tal, pesquisamos o assunto nas bases de dados Lilacs, ScIELO, Medline, Scopus nos últimos 10 anos. Concluímos que, com o aumento na população de receptores de transplantes e a crescente incidência das doenças associadas ao HPV, medidas de prevenção e controle se fazem necessárias e englobam desde a formação de profissionais capacitados até a aplicação de metodologias de diagnóstico e profilaxia, de última geração.