Lipohipertrofia e perfil nutricional de pessoas que vivem com HIV no sul do Brasil
Lipohypertrophy among people with HIV
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-2022341195Palavras-chave:
Lipodystrophy, Acquired immunodeficiency syndrome, HIV, Obesity, Nutrition assessmentResumo
Introdução: As pessoas que vivem com o HIV geralmente têm excesso de peso ou composição corporal alterada em relação aos indivíduos saudáveis, apresentando uma mudança no perfil nutricional ao longo do tempo. Objetivo: O objetivo do estudo foi caracterizar o estado nutricional, estimar a prevalência de lipodistrofia e examinar a associação entre lipohipertrofia e alterações no perfil lipídico e outros dados clínicos de indivíduos infectados pelo HIV. Métodos: Estudo transversal com indivíduos dos sexos masculino e feminino vivendo com HIV, atendidos em ambulatório especializado, com idade igual ou superior a 18 anos, em uso ou não de terapia antirretroviral. Resultados: A amostra foi composta de 420 pessoas com média de idade de 43,8 anos (desvio padrão 11,7). O tempo de infecção pelo HIV foi em média de 74,6 meses e 91% dos entrevistados estavam em terapia antirretroviral. A prevalência de lipodistrofia foi de 35,7%. Destes, 82 (54,7%) apresentavam lipohipertrofia, 61 (40,7%) lipoatrofia e 7 (4,6%) síndrome mista. Sexo feminino, índice de massa corporal, percentual de gordura, circunferência da cintura e relação cintura-quadril foram positivamente associados à presença de lipohipertrofia (p<0,001). As médias elevadas de colesterol total (p=0,015) e fração LDL (p=0,028) também mostraram associação estatisticamente significante com lipohipertrofia. Os participantes da amostra apresentavam perfil nutricional compatível com sobrepeso ou obesidade. Não foi encontrada associação entre lipohipertrofia e terapia antirretroviral e duração da terapia. Conclusão: Considerando as consequências do excesso de peso como causa de diversas patologias, medidas e intervenções preventivas são altamente recomendadas para essa população.