Custo-utilidade do uso da penicilina na atenção primária para a prevenção de complicações associadas à sífilis congênita
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-20223408Palavras-chave:
Sífilis congênita, Pré-natal, Atenção primária, Penicilinas, Custo-efetividadeResumo
Introdução: A despeito de a penicilina ser o medicamento de escolha para o tratamento da sífilis, muitas gestantes com teste positivo para sífilis não recebem o medicamento como recomendado pelo Ministério da Saúde, concorrendo para o aumento dos custos associados à sífilis congênita. Objetivo: Estimar a razão de custo-efetividade incremental da administração de pelo menos uma dose de 2,4 milhões de Unidades Internacionais de penicilina benzatina no primeiro trimestre de gravidez, tão logo se tenha o resultado de um teste rápido treponêmico positivo realizado na consulta pré-natal em unidades de atenção
primária do Sistema Único de Saúde. Métodos: Um modelo analítico foi proposto a partir de uma árvore de decisão. A perspectiva da análise foi a do Sistema Único de Saúde. Os desfechos em saúde foram aborto, prematuridade, morte neonatal, natimorto e sífilis congênita, estimados em termos de anos de vida ajustados a incapacidades (disability-adjusted life-years). Apenas os custos diretos foram considerados. Análises de sensibilidade determinística e probabilística foram realizadas. Resultados: O modelo previu que a estratégia mais eficiente é aquela que inclui a administração da penicilina na atenção
primária aos casos de sífilis gestacional. Embora essa estratégia possa representar maior custo, apresenta maior efetividade. O custo por disability-adjusted life-years evitado com o uso dessa estratégia foi estimado em R$49,79. Conclusão: A estratégia de pré-natal nas unidades de atenção primária que inclui a administração da penicilina em gestantes com sífilis ainda no primeiro trimestre de gestação é a que apresenta o maior potencial para ser custo-efetiva.