Caso grave de monkeypox associado ao diagnóstico laboratorial recente de HIV: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-2022341215Palavras-chave:
HIV, Monkeypox, IST, SifilisResumo
Introdução: Monkeypox é uma zoonose causada pelo vírus varíola. O primeiro caso humano confirmado foi em 1970, quando o vírus foi isolado de uma criança na República Democrática do Congo. Desde o início de maio de 2022, um surto grande e inesperado tem sido documentado globalmente, com os primeiros casos inicialmente descritos no Reino Unido atingindo hoje cerca de 70 países. As causas desse aumento explosivo de pacientes não estão bem esclarecidas, mas ultrapassaram 10 mil infectados até a terceira semana de julho de 2022. As apresentações clínicas e epidemiológicas têm sido distintas dos casos endêmicos e dos pequenos surtos previamente descritos em áreas não endemicas. Objetivo: Neste relato descrevemos as características clínicas evolutivas e epidemiológicas da coinfecção do Monkeypox e do imunodeficiência humana em um paciente atendido em um serviço de referência em infecções sexualmente transmissíveis — IST/Aids de São Paulo, Brasil. Métodos: as informações dos métodos contidas neste estudo foram obtidas por meio de revisão dos prontuários, entrevistas com o paciente, prontuário fotográfico dos métodos diagnósticos, aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura. Resultados: Homem brasileiro, sem antecedente epidemiológico de viagem, foi diagnosticado com Monkeypox por meio de reação em cadeia da polimerase. Simultaneamente a esse diagnóstico, recebeu diagnóstico laboratorial de vírus da imunodeficiência humana, uretrite por clamídia e sífilis latente tardia. Conclusão: Para reduzir o risco de disseminação do Monkeypox, são necessárias estratégias no âmbito da saúde pública, com disseminação da informação e elaboração de projetos de prevenção com informações direcionadas e recomendações para populações vulneráveis, especialmente homens que fazem sexo com homens, com bastante prudência, buscando não favorecer o desenvolvimento de estigmas como os já vivenciados no início da epidemia de imunodeficiência humana.