Vaginose bacteriana, infecção cervical pelo Papilomavírus humano e anormalidades citológicas cervicais em mulheres adultas no Brasil Central: Um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-20221216Palavras-chave:
Palavras-chave: Vaginose bacteriana, Papilomavírus humano, anormalidades citológicas cervicais, mulheres adultas.Resumo
Introdução: A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento vaginal e ocorre quando há um desequilíbrio da microbiota vaginal, composta predominantemente de Lactobacillus spp. O papilomavírus humano é o vírus sexualmente transmissível mais comum no mundo. A infecção persistente com genótipos do papilomavírus humano de alto risco é a principal causa do desenvolvimento de neoplasias intraepiteliais cervicais e câncer de colo do útero. Objetivos: Investigar a associação entre vaginose bacteriana e infecção cervical pelo papilomavírus humano e entre vaginose bacteriana e anormalidades citológicas cervicais em mulheres adultas. Métodos: Estudo de corte transversal realizado em um ambulatório de ginecologia da rede pública de saúde. O total de 202 mulheres foi incluído no estudo e submetido ao exame ginecológico com coleta de espécime cervical. Foram realizados os exames citopatológicos cervicais, a bacterioscopia pelo método de Nugent para a identificação da vaginose bacteriana e reação em cadeia da polimerase e hibridização reversa para a detecção e genotipagem do papilomavírus humano. Análise bivariada foi realizada para investigar a associação entre vaginose bacteriana e infecção cervical pelo papilomavírus humano e entre vaginose bacteriana e anormalidades citológicas cervicais. Foi calculado o odds ratio, com os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) e nível de significância de 5% (p≤0,05). Resultados: A prevalência da vaginose bacteriana foi de 33,2% (67/202), a da infecção cervical pelo papilomavírus humano foi de 38,6% (78/202) e a de anormalidades citológicas cervicais foi de 6,0% (12/202). A análise bivariada não demonstrou associação significativa entre vaginose bacteriana e infecção cervical pelo papilomavírus humano (OR 0,69; IC95% 0,37–1,27; p=0,23), nem entre vaginose bacteriana e anormalidades citológicas cervicais (OR 0,65; IC95% 0,17–2,50; p=0,54). Conclusão: Neste estudo a vaginose bacteriana não representou um fator de risco para a infecção cervical pelo papilomavírus humano e nem para presença de anormalidades citológicas cervicais nas mulheres adultas investigadas.