Reavaliação do impacto da pandemia de COVID-19 na epidemiologia da sífilis no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-2023351355Palavras-chave:
COVID-19, Sífilis, epidemiologiaResumo
Introdução: Em consequência da pandemia de COVID-19, os sistemas de saúde em todo o mundo sofreram interferências, com interrupção de clínicas de saúde sexual, limitação de consultas ambulatoriais, de prevenção, diagnóstico e tratamento de diversas doenças, principalmente a sífilis, alterando sua epidemiologia. Objetivo: Para investigar o impacto da pandemia no diagnóstico da sífilis no Brasil, o objetivo principal do presente estudo foi atualizar e reavaliar os dados do Sistema Único de Saúde sobre o número de casos de sífilis notificados nas cinco regiões geográficas brasileiras e verificar a resposta da atenção básica à saúde brasileira diante da pandemia de COVID-19. Métodos: Os dados foram retirados do Sistema Nacional de Notificação de Agravos e do Departamento de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis e representam o diagnóstico de sífilis no Brasil, de março a dezembro de 2017 a 2019, 2020 e 2021. Resultados: O aumento no número de casos de sífilis foi menor em relação a 2020, mantendo-se a Região Sudeste como a mais impactada (+146,1%) e havendo aumento de 22.633 casos em todo o Brasil (+54,3%). Conclusão: As medidas de controle da sífilis foram ineficazes em 2021, pois a queda no número de casos foi irrelevante em comparação aos anos anteriores à pandemia. A associação entre o aumento dos casos de sífilis no Brasil e a pandemia de COVID-19 deve ser mais bem investigada para auxiliar nos processos de tomada de decisão e na programação das ações de saúde, além de se encontrarem medidas para elevar o controle desta doença.