Doenças sexualmente transmissíveis na infância
Palavras-chave:
Doenças Sexualmente Transmissíveis, infância, DST, criançaResumo
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) na infância podem ser transmitidas por abuso sexual, contato acidental ou verticalmente. Para conhecer a freqüência, prevalência, modo de transmissão e fatores clínicos dessas infecções nos nossos pequenos pacientes, revisamos todos os prontuários das 22 crianças dos zero aos dez anos, atendidas no ambulatório do Setor de DST/ UFF em Niterói, no Rio de Janeiro, entre julho de 1988 a maio de 1996. A idade média foi de cinco anos e três meses; 68% dos pacientes eram do sexo feminino. A secreção vaginal foi o motivo de acendimento em 36%, seguida da presença de verrugas anogenitais em 27,3%. As DSTs foram identificadas em 16 (77%) das 22 crianças, sendo, por ordem de freqüência, a vulvovaginite inespedfica com seis casos, HPV com quatro casos, sífilis com dois casos, gonorréia e candídiase com um caso cada uma. Não encontramos nenhuma criança com HIV/AIDS no período estudado. O abuso sexual foi apontado como possível forma de contágio na sífilis e gonorréia e o contato íntimo acidental com pessoas mfectadas na Candidíase e no HPV. Considerando que encontramos relatos de abuso sexual infantil, somos de opinião que em toda à criança com queixas dos órgãos genitais deva ser pesquisada uma doença de transmissão sexual e, sendo esta confirmada, o abuso sexual deve ser sempre lembrado e investigado.