Alterações neonatais de sífilis congênita em um hospital universitário do município de Niterói, Rio de Janeiro
Palavras-chave:
sífilis congênita, resultado do tratamento, penicilina, antígeno VDRLResumo
Introdução: A prevalência da infecção pelo Treponema pallidum diminuiu sensivelmente com a penicilina, porém se observa tendência mundial no recrudescimento da sífilis, em particular dos casos de sífilis congênita (SC). Objetivos: Descrever as repercussões neonatais da SC nos recém-nascidos (RN) notificados como caso de SC em um hospital público de Niterói, Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2005 a junho de 2006; observar o peso ao nascer e a sorologia dos RN com notificação de SC; descrever o tratamento dos casos de SC. Métodos: Amostra constituída de 35 fichas de notificação de SC do Centro de Vigilância Hospitalar do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP). Utilizaram-se dados da notificação e realizou-se visita domiciliar para coleta de sangue. Resultados: A população foi constituída por 29 pacientes nascidos vivos, 4 nascidos mortos e 2 abortamentos. Apenas dois casos (6,9%) evidenciavam alterações ósseas de SC. O teste Veneral Disease Research Laboratory (VDRL) realizado no líquido cefalorraquidiano (LCR) demonstrou-se não reator para todos os pacientes avaliados. O VDRL do soro dos RN no nascimento foi positivo para 23 (79,31%) pacientes. A penicilina G cristalina (PGC) foi administrada em 26 (89,65%) casos, a penicilina G procaína (PGP) em dois (6,9%) e um individuo utilizou PGC e PGP. Conclusão: O óbito fetal e aborto foram o desfecho mais ominoso como repercussão da SC. A alteração dos ossos longos foi pouco encontrada na amostra. O baixo peso ao nascer foi observado em poucos casos. O VDRL do LCR foi não reator em todos os casos. A utilização de diversos esquemas de antibiótico estava em desacordo com o protocolo proposto pelo Ministério da Saúde.