Uma pesquisa sobre o comportamento sexual do adolescente em uma escola pública de ensino médio
alguns dados para a introdução da vacinação contra o HPV
Palavras-chave:
Adolescência, Comportamento sexual, Vacina contra o HPVResumo
Introdução: Muitas evidências têm demonstrado a associação entre a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV) e o câncer cervical, e as vacinas profiláticas têm sido eficazes na prevenção desta infecção. Quanto ao programa de vacinação da população, é importante estudar o comportamento sexual de adolescentes, especialmente na idade de início da atividade sexual. Objetivo: Avaliar o comportamento sexual de adolescentes alunos de escolas públicas em relação a algumas variáveis associadas e relacionar a idade de início da atividade sexual com a vacinação da população contra o HPV. Métodos: O estudo se baseou na aplicação de um questionário a 500 alunos de escolas secundárias públicas da cidade de Curitiba, com idade entre 13 e 19 anos, para avaliar seu comportamento sexual e questões relacionadas. Dos 500 questionários, 488 foram respondidos e analisados por metodologia estatística. O estudo foi aprovado pelos órgãos reguladores locais. Resultados: Em relação à atividade sexual, observou-se que era mais frequente no sexo masculino do que no feminino. Percebe-se que 47,8% dos meninos e 24,6% das meninas responderam positivamente a esta pergunta. Da mesma forma, 38,7% dos meninos relataram ter iniciado atividade sexual antes dos 14 anos, comparado a apenas 8,5% das meninas. Outros dados relacionados ao risco percebido de contrair uma infecção sexualmente transmissível e uso de preservativos e contraceptivos foram avaliados. Foi demonstrada a relação entre o uso de drogas (tabaco, álcool e maconha) e atividade sexual. Cerca de 45% dos estudantes sexualmente ativos relataram uso regular de drogas, em comparação com menos de 20% daqueles que relataram não ter iniciado atividade sexual (p < 0,001), enquanto essa proporção era ainda mais evidente quando analisado apenas o uso de maconha. O efeito “protetor” do ambiente familiar revela uma descoberta interessante: os adolescentes que viviam com os seus pais eram menos ativos sexualmente do que aqueles que não relataram tal situação, com uma percentagem de 31,3 % versus 59,4% (p = 0,003). Conclusão: Concluiu-se que a atividade sexual foi mais evidente entre os participantes do sexo masculino, já que a iniciação sexual ocorreu mais cedo entre os meninos. Uso de drogas e independência do ambiente familiar foram relacionados a maior ocorrência de atividade sexual anterior e atual. De acordo com estudos, 90% dos alunos que já têm 17 anos de idade tinham iniciado atividade sexual; portanto, podemos concluir que a idade de vacinação proposta pela maioria das autoridades governamentais e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) é adequada quando se trata de prevenir a infecção pelo HPV.