Prevalência de infecção por HPV de alto risco em mulheres utilizando captura híbrida na prevenção do câncer do colo do útero no Sul do Brasil
Palavras-chave:
HPV de alto risco, câncer cervical, captura híbrida, BrasilResumo
Introdução: Sabe-se que infecções por HPV de alto risco (HPV AR) estão ligadas ao desenvolvimento de câncer cervical. Objetivo: Esse estudo teve como objetivo quantificar a prevalência de infecções por HPV em mulheres da metade sul do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, correlacionando fatores associados ao desenvolvimento de lesões precursoras e câncer cervical. Métodos: Para tanto, 643 mulheres foram incluídas no estudo, preenchendo um questionário padronizado e submetidas aos exames de citologia, colposcopia e HPV AR (Captura Híbrida 2). Resultados: A maioria das pacientes tinha idade entre 20 e 39 anos (70,6%), houve decréscimo na porcentagem de fumantes de 23% para 11% e a média de idade ao início da vida sexual era de 18 anos. A prevalência de HPV AR é correlacionada com idades mais jovens, com menos pacientes infectadas por HPV AR quando estas eram mais velhas no momento do início da atividade sexual. Prevalência próxima a 70% foi observada em mulheres que tiveram 4 ou mais parceiros sexuais. Resultados citológicos e colposcológicos alterados tiveram taxas significativamente mais altas de infecção por HPV AR. 334 mulheres foram encaminhadas à biópsia. Destas, 321 tiveram resultados de colposcopia alterados e citopatologia ASC-US/AGC-US, LSILs e HSILs, com 231 biópsias realizadas neste estudo. Nenhum dos resultados indicou câncer. O teste de CH2 mostrou mais especificade do que a citologia, com altos valores preditivos positivos e negativos (49,8% e 78,6%, respectivamente). Conclusão: A inclusão de testes para HPV AR nos programas de triagem no Brasil, de acordo com as políticas internacionais, levará à redução de biópsias em mulheres não infectadas e aumentará o intervalo entre exames.