O sentimento do assistente social frente à pauperização da Aids
Palavras-chave:
Assistente social, Aids, Pauperização, pobrezaResumo
A Aids é uma patologia infecciosa que vem preocupando todas as nações do mundo, devido à sua expansão crescente e incontrolada. É uma doença que vem se incorporando na vivência diária dos profissionais Assistentes Sociais, principalmente aos aspectos sociais, com enfoque de destaque na questão da pauperização. Este estudo tem como objetivo, identificar sob a percepção do Assistente Social, seus sentimentos, ao lidar com clientes portadores de HIV/Aids. em situação de pauperização. Consiste num estudo de caráter qualitativo. O método de coleta de dados foi a entrevista individual aprofundada, com roteiro semiestruturado. Foram entrevistadas seis assistentes sociais que lidam com o paciente portador de HIV/Aids em hospital de referência para doenças infectocontagiosas de Fortaleza. Através dos resultados emergidos das falas das entrevistadas, destacaram-se alguns aspectos importantes, tais como: a angústia vivenciada por todas as profissionais, o choro fácil referido pela maioria delas; a busca da família como apoio; a busca espiritual como força; o sentimento de culpa pela limitação da ação; o sentimento de impotência frente a questões sociais que extrapolam os limites da atuação; o medo diante da morte iminente do paciente; o despreparo para lidar com a morte; repasse ao paciente de valores c preconceitos intrínsecos, necessidade de suporte de equipe interdisciplinar; necessidade de apoio institucional mais efetivo. Concluímos ser necessário um repensar na atuação da instituição de saúde junto a esses profissionais, buscando enfatizar principalmente algumas estratégias no sentido de aprimorar a dimensão profissional: equipe de profissionais capacitados para trabalhar a saúde mental do trabalhador dentro da instituição; grupo de auto-ajuda por categoria profissional; preparação do profissional que vai iniciar suas atividades na instituição; incentivo a um trabalho interdisciplinar; oficinas para trabalhar temas específicos: tanatologia, stress, troca de experiência, ética, dentre outros.