Prevalência da infecção por papilomavírus humano no trato genital de homens assintomáticos
aspectos virológicos e epidemiológicos
Palavras-chave:
HPV, DST, homens, assintomáticos, infecção subclínica, PCRResumo
Atualmente, a infecção do trato genital pelo papilomavírus humano (HPV) é uma das viroses sexualmente transmissíveis mais prevalentes no mundo. Entretanto, ainda existem lacunas de conhecimento a respeito da etiologia do câncer de pênis, e os processos patogênicos do HPV no homem ainda não estão totalmente elucidados, principalmente nos casos de infecções subclínicas. Este estudo teve como objetivo determinar a prevalência da infecção por HPV em amostras de esfregaços de pênis, oriundos de uma população masculina clinicamente assintomática. Para tanto, foram analisadas 261 amostras, coletadas entre 2010 e 2013 em diferentes instituições na cidade do Rio de Janeiro, incluindo hospitais, um laboratório de análises clínicas; e uma empresa metalúrgica. Também contabilizamos variáveis epidemiológicas de 182 destes indivíduos, através da aplicação de um questionário para auxílio na investigação de possíveis fatores de risco. A identificação viral foi feita através das técnicas de Reação em Cadeia da Polimerase genérica e tipo-específica, e RFLP (Restriction Fragment Length Polimorfism), quando necessário, após extração de material genético pela técnica do fenol-clorofórmio. Foi encontrada uma prevalência geral para infecção por HPV de 16,47% (43 indivíduos). O tipo de HPV mais prevalente foi o HPV 6 (34,88%), seguido pelos HPV 11 (16,27%), HPV 16 (23,25%), HPV 45 (9,30%) e HPV 58 (2,32%); assim, encontramos infecção por HPV de baixo risco oncogênico em 53,66%, e de alto risco oncogênico em 46,34% dos indivíduos infectados. A idade dos indivíduos analisados variou entre 18 e 65 anos, com média de idade de 26,30 anos. Dentre as variáveis epidemiológicas estudadas, houve significância estatística para o grupo de homens que fazem sexo com homens, e para o grupo que afirmou ter mantido intercurso anal durante as relações sexuais. Não houve detecção em indivíduos circuncidados. Dois dos três indivíduos que afirmaram ter histórico de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis se encontravam infectados. Assim, pudemos inferir que a prevalência da infecção na população masculina assintomática é considerável, e acreditamos que os resultados tenham contribuído para uma visão estatisticamente mais clara e realista a respeito do comportamento e epidemiologia do HPV na população masculina geral.