Adolescência e violência sexual

Autores

  • Ivan A. Penna
  • Paulo Canella
  • Maria do Carmo A. Silva

Palavras-chave:

sexualidade, violência sexual e adolescência

Resumo

Objetivo: Avaliar a frequência da violência sexual e suas várias nuanças nas pacientes adolescentes, virgens ou não, atendidas na Divisão de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ. Métodos: Estudo prospectivo de coorte onde as pacientes foram divididas em dois grupos, virgens e não virgens, num total de 118. Posteriormente foi aplicado um questionário específico para cada grupo, com perguntas versando sobre violência sexual e um conjunto de perguntas comuns aos dois para posterior comparação. As pacientes, foram escolhidas de forma aleatória e entre as adolescentes do ambulatório da Divisão de Reprodução Humana. O presente estudo leve a duração de 4 meses ( 2()£)/2(X) 1 a 15/01/2002) e foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do Instituto de Ginecologia da UFRJ e houve o consentimento pôr parte dos responsáveis das adolescentes. Os dados foram analisados no programa estatístico Epinfo 2000. Resultados: Das 118 pacientes. 54,2% eram virgens e 45.8% já haviam tido relações sexuais. Do total. 8.4% já haviam sofrido algum tipo de violência sexual. Em 100% dos casos o profissional de saúde nunca havia perguntado sobre o assunto com a paciente. Nas virgens, cerca de 60,9% das pacientes informaram ter informações suficientes sobre violência sexual, sendo a família em 40,6% das vezes o principal local de obtenção dessas informações. Das virgens, 6,3% relataram ter sofrido violência, na maioria das vezes (75% ) o agressor era desconhecido, sua fonte de informação mais frequente foi na família e quando foi comparado o quadro de perguntas comuns para avaliar as nuanças das formas de violência, ficou evidente que as pacientes virgens que sofreram violência passaram a considerar atos mais simples como formas graves de violência. Nas não virgens, 74% relataram que a primeira relação ocorreu cedo e em 48% dos casos ela ocorreu na casa do namorado. Cerca de 11.1 % das adolescentes não virgens sofreram violência sexual, sendo que a precocidade da primeira relação se mostrou dado estatístico importante para sofrer violência (p=().02). na maioria dos casos $£0%) o agressor era conhecido. ’Nao’houve vanaçao nas respostas e avaliação violência sexual Conclusão: estas pacientes ao Instituto de Ginecologia, virgens o ato violento se mostrou mais deletério e explicito que nos pacientes não virgens. A baixa idade da primeira relação é fator de risco para a ocorrência de violência sexual. A família foi a fonte principal de informação sobre o assunto. A avaliação da ocorrência de violência sexual deve fazer parte do atendimento de qualquer profissional de saúde tanto, nas pacientes virgens quanto não virgens.

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Biografia do Autor

Ivan A. Penna

Médico Assistente da Divisão de Reprodução Humana do Instituto de Gine­cologia da UFRJ.

Paulo Canella

Médico Assistente da Divisão de Reprodução Humana do Instituto de Gine cologia da UFRJ. Professor Titular do Instituto de Ginecologia da UFRJ e do Mestrado em Sexologia - UGF.

Maria do Carmo A. Silva

Coordenadora do Mestrado em Sexologia - UGF.

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Publicado

2002-08-28

Como Citar

1.
Penna IA, Canella P, Silva M do CA. Adolescência e violência sexual. DST [Internet]. 28º de agosto de 2002 [citado 4º de dezembro de 2024];14(5):11-4. Disponível em: https://bdst.emnuvens.com.br/revista/article/view/433

Edição

Seção

Artigo original