Representações sociais de DST/Aids para adolescentes de uma instituição abrigo com experiência pregressa de vida nas ruas da cidade de Goiânia
Palavras-chave:
crianças de rua, doenças sexualmente transmissíveis, aids, saúde públicaResumo
Introdução: os adolescentes em situação de rua apresentam maior vulnerabilidade às DST/Aids, por conviverem com a violência, tráfico de drogas eexploração sexual inerentes ao universo das ruas e, também devido às dificuldades de assimilação de informações sobre o assunto e acesso aos serviços de saúde. Estes aspectos foram aprofundados com base no conhecimento produzido por diversas áreas quanto aos aspectos da sexualidade, vulnerabilidade e exposição para as DST/Aids de adolescentes abrigados com experiência pregressa de vida nas ruas. Objetivo: identificar e analisar asrepresentações sociais da prevenção DST/Aids por um grupo de adolescentes com experiência de vida nas ruas que vivem em uma instituição abrigona cidade de Goiânia. Métodos: abordagem social da pesquisa qualitativa em saúde tendo, como princípio metodológico, as representações sociais.Os dados foram coletados por meio da entrevista semi-estruturada junto a um grupo de adolescentes de ambos os sexos abrigados e observação participante anotada em um diário de campo. Os dados foram analisados conforme a análise modalidade temática proposta por Bardin. Resultados: identificamos três categorias temáticas: “onipotência e finitude”, prevenção e riscos, sexualidade e mudanças no corpo,através das quais verificamos quea aids é mais conhecida entre eles em detrimento de outras DST. Nas suas concepções, a aids aparece como incurável, levando fatalmente à morte. Apesar de saberem dos riscos, não se utilizam dos meios de prevenção. Os fatores de riscos ligados à crença de onipotência, desinformação, o uso abusivo de drogas injetáveis ou não, dificuldade de acesso aos preservativos, faz com que diminua o limiar da percepção de riscos, e, consequentemente a adoção de proteção. O conhecimento da sexualidade é restrito às modificações físicas e biológicas, não sabendo como lidar com o corpo, nasfases de seu desenvolvimento físico, afetivo, sexual e social. Pela irregularidade com que iniciam a vida sexual, fazem com que, de alguma maneira,haja limitação no modo de se prevenirem contra as DST. Conclusão: estes resultados levam-nos a considerar a responsabilidade de estendermos nos-sas atividades além dos limites da academia, contribuindo, assim, com as políticas públicas através de convênios mantidos com organizações governamentais ou não, no sentido de, num esforço conjunto, traçarmos projetos efetivos de intervenções para esta população ainda desconhecida, dentrode seu contexto histórico, por grande parte da sociedade.