Papilomavirus humano em mulheres submetidas à colpocitologia oncótica
Palavras-chave:
papilomavirus humano, colpocitologia oncótica, neoplasia intraepitelial cervicalResumo
Introdução: o papilomavirus humano é considerado o principal fator de risco para o surgimento de lesões malignas em cérvice uterina. Objetivo: verificara prevalência de HPV e de outros co-fatores de risco para câncer e lesões precursoras, em colo uterino. Métodos: estudou-se 491 mulheres de 30 a 45 anosque procuraram o exame preventivo de câncer de colo uterino na Unidade Materno Infantil do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade doEstado do Pará, no período de setembro de 2001 a setembro de 2002. As pacientes foram submetidas à coleta de material de cérvice uterina (com escovacitrobush) para análise citológica no Laboratório Central de Saúde Pública. O DNA das amostras foi extraído no Instituto Evandro Chagas e realização dePCR e genotipagem por hibridização reversa no Instituto Ludwigde Pesquisas sobre o Câncer, em São Paulo - SP. As pacientes com diagnóstico citológicode ASCUS/AGUS, LSIL e HSIL foram incluídas no Grupo A, e as com citologia dentro dos limites da normalidade, no Grupo B. Resultados: a prevalênciatotal de HPV foi de 12,6%. De acordo com a estratificação, 44,1% (26/59) no Grupo A e 8,3% (36/432) no Grupo B. Tipos considerados de alto risco foramdetectados em 39% das mulheres do Grupo A (23/59), em 28% (13/46) das com ASCUS, 71% das com LSIL (5/7) e 83% das com HSIL (5/6), e em 4,4% (19/432) das do Grupo B. Dentro do sub-grupo das infectadas dos Grupos A e B, HPV de risco esteve presente em 88,5% (23/26) e 52,8% (19/36), respectivamente.O HPV 16 foi o mais freqüente, tendo sido detectado em 30,8% (8/26) das infectadas do Grupo A e em 8,3% (3/36) do Grupo B. Houve associaçãoestatisticamente significativa entre presença de HPV, presença de HPV de alto risco e de HPV 16 com mulheres do Grupo A. Dentre os co-fatores de risco,coitarca precoce foi significativamente associada com as pacientes com diagnóstico citológico de ASCUS/AGUS, LSIL e HSIL (as representantes do GrupoA). Com as demais variáveis não se encontrou associação significativa. Conclusão: os achados são coerentes com inúmeros trabalhos da literatura nacionale mundial, tanto quanto à prevalência de HPV, quanto aos tipos presentes em esfregaços de material colhido de cérvice uterina de mulheres da região nortedo Brasil.