Percepções dos profissionais de saúde acerca da Aids na velhice
Palavras-chave:
Aids, idosos, profissional de saúdeResumo
Introdução: o aumento progressivo no número de casos de HIV/aids no contexto da velhice traz a necessidade de estudos sobre as especificidades do atendimento a esta faixa etária. Objetivo: analisar as percepções dos profissionais de saúde acerca da aids na velhice, visando identificar os aspectos que influenciam no atendimento aos pacientes idosos soropositivos para o HIV. Método: a amostra foi constituída por 20 profissionais de saúde de diversas especializações, que atendem pacientes idosos. Para a coleta de dados utilizou-se entrevista semi-estruturada, composta, submetida à análise temática de conteúdo. Resultados: emergiram cinco categorias temáticas: concepção da aids; fatores de risco; solicitação do teste; comunicação do diagnóstico e dificuldades no atendimento. Verificou-se a associação das concepções da aids na velhice a temáticas negativas, como decepção e preconceito e, como via de infecção os procedimentos médicos, tais como transfusões de sangue, e práticas sexuais promíscuas. A solicitação do teste anti-HIV para idosos deve ocorrer somente mediante sintomatologia característica da doença, observando-se divergências quanto à forma da devolutiva do diagnóstico em caso positivo: se comunicação ao paciente ou à família. Relataram ainda não distinguir seus pacientes quanto à condição de soropositividade, não havendo, portanto, dificuldades particulares
desta população. Conclusão: evidenciam-se concepções associadas a estigmas e preconceitos, igualando o conhecimento científico ao senso comum, podendo interferir em suas práticas de atendimento. Todas essas questões remetem às bases do fenômeno aids, colocando a descoberto algumas contradições que determinam as principais dificuldades para o trato psicossocial do paciente, evidenciando que por mais que as equipes profissionais estejam instrumentalizadas técnica, teórica e tecnologicamente, sua compreensão do fenômeno se restringe ao seu corpo especializado e a ação se ressente na abordagem das necessidades emocionais do paciente.