Papilomavírus humano em carcinomas de cabeça e pescoço
prevalência e relação clinicopatológica
Palavras-chave:
Papillomaviridae, neoplasias de cabeça e pescoço, epidemiologia.Resumo
Introdução: O papilomavírus humano (HPV) associado a outros fatores, como tabagismo e etilismo, aumenta os riscos de surgimento de carcinomas de cabeça e pescoço, sendo que a presença do genoma do HPV 16, considerado de alto poder cancerígeno, aumenta esse risco em até 50%. Objetivos: Avaliar a prevalência e relação clinicopatológica do HPV associado aos carcinomas de cabeça e pescoço. Método: Revisão sistemática da literatura, a partir de um levantamento bibliográfico nos bancos de dados LILACS e MEDLINE. Resultados: Foram revisados 13 estudos que, em conjunto, avaliaram 1.216 casos de carcinoma de cabeça e pescoço onde o HPV foi detectado, em média, em 36,45% dos casos. Nos 13 estudos, o HPV 16 foi o genótipo mais prevalente, presente em 22 a 100% dos casos positivos para o HPV. Maior prevalência de indivíduos do sexo masculino nos casos em que o genoma do HPV foi detectado. Foi descrito, em todos os estudos, uma menor média de idade nos casos HPV positivo. Associação inversa entre a presença do HPV e hábitos como tabagismo e etilismo tem sido relatada, sendo que o HPV parece ser mais prevalente nos tumores de pacientes não fumantes e não etilistas. Conclusão: Apesar de ter sido associado ao tabagismo e etilismo em alguns estudos, foi relatado melhor prognóstico e menor recorrência em carcinomas de cabeça e pescoço que apresentam o genoma do HPV, assim como maior prevalência e uma crescente incidência desses tumores em indivíduos mais jovens.