Infecção por Trichomonas Vaginalis em mulheres atendidas pelo serviço público no Rio Grande do Sul, Brasil
frequência, fatores de risco e sinais clínicos
Palavras-chave:
Trichomonas vaginalis, diagnóstico, tricomoníase, fatores de riscoResumo
Introdução: A tricomoníase é cosmopolita, pode afetar a fertilidade feminina, e geralmente é subdiagnosticada, tanto em consultórios particulares, quanto em serviços públicos, devido à baixa sensibilidade do exame a fresco, usado rotineiramente. Objetivo: Conhecer a ocorrência de infecção por Trichomonas vaginalis, através de cultivo in vitro, em mulheres atendidas em unidade pública, na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, além de identificar os possíveis fatores de risco associados a essa infecção. Métodos: Estudo de corte transversal que incluiu 201 mulheres, submetidas a entrevista e exame ginecológico, com coleta de conteúdo vaginal, no Ambulatório de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas. O material coletado foi examinado a fresco e cultivado em meio de Diamond. Foram obtidos dados epidemiológicos através de entrevista, e clínicos, nos prontuários. Os resultados foram analisados estatisticamente através dos testes do χ2 e exato de Fisher, utilizando o programa Statistix versão 9.0. Resultados: A ocorrência da infecção por T. vaginalis foi de 7% (14/201). No exame a fresco, usado como rotina para o diagnóstico desse agente, apenas 42,85% das infectadas (6/14) foram positivas. Constatou‑se que 21,4% das mulheres infectadas são assintomáticas, e que 89,05% desconhecia a existência da tricomoníase. Os fatores independentemente associados com a infecção foram o hábito de fumar (OR=11,8), não ter companheiro fixo (OR=6,36), apresentar corrimento vaginal fétido (OR=5,65) e microbiota vaginal alterada (OR=5,31). Conclusão: A infecção por T. vaginalis está presente entre as mulheres estudadas, e sendo subestimada, devido à técnica de diagnóstico e por muitas serem assintomáticas. O hábito de fumar, não ter companheiro fixo, ter corrimento fétido e microbiota vaginal alterada são fatores de risco para a infecção.