Infecção por Trichomonas Vaginalis em mulheres atendidas pelo serviço público no Rio Grande do Sul, Brasil

frequência, fatores de risco e sinais clínicos

Autores

  • Mirian Pinheiro Bruni
  • Ângela Sena Lopes
  • Dulce Stauffert
  • Carolina Caetano dos Santos
  • Nilton da Cunha Filho
  • Luciana Siqueira Silveira dos Santos
  • Laura Maria Jorge de Faria Santos
  • Mariângela Freitas da Silveira
  • Nara Amélia da Rosa Farias

Palavras-chave:

Trichomonas vaginalis, diagnóstico, tricomoníase, fatores de risco

Resumo

Introdução: A tricomoníase é cosmopolita, pode afetar a fertilidade feminina, e geralmente é subdiagnosticada, tanto em consultórios particulares, quanto em serviços públicos, devido à baixa sensibilidade do exame a fresco, usado rotineiramente. Objetivo: Conhecer a ocorrência de infecção por Trichomonas vaginalis, através de cultivo in vitro, em mulheres atendidas em unidade pública, na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, além de identificar os possíveis fatores de risco associados a essa infecção. Métodos: Estudo de corte transversal que incluiu 201 mulheres, submetidas a entrevista e exame ginecológico, com coleta de conteúdo vaginal, no Ambulatório de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas. O material coletado foi examinado a fresco e cultivado em meio de Diamond. Foram obtidos dados epidemiológicos através de entrevista, e clínicos, nos prontuários. Os resultados foram analisados estatisticamente através dos testes do χ2 e exato de Fisher, utilizando o programa Statistix versão 9.0. Resultados: A ocorrência da infecção por T. vaginalis foi de 7% (14/201). No exame a fresco, usado como rotina para o diagnóstico desse agente, apenas 42,85% das infectadas (6/14) foram positivas. Constatou‑se que 21,4% das mulheres infectadas são assintomáticas, e que 89,05% desconhecia a existência da tricomoníase. Os fatores independentemente associados com a infecção foram o hábito de fumar (OR=11,8), não ter companheiro fixo (OR=6,36), apresentar corrimento vaginal fétido (OR=5,65) e microbiota vaginal alterada (OR=5,31). Conclusão: A infecção por T. vaginalis está presente entre as mulheres estudadas, e sendo subestimada, devido à técnica de diagnóstico e por muitas serem assintomáticas. O hábito de fumar, não ter companheiro fixo, ter corrimento fétido e microbiota vaginal alterada são fatores de risco para a infecção.

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Biografia do Autor

Mirian Pinheiro Bruni

Pharmacist. Master’s student in the Postgraduate Program in Parasitology, Biology Institute, Universidade Federal de Pelotas (UFPel) – Pelotas (RS), Brazil.

Ângela Sena Lopes

Pharmacist. PhD student in the Postgraduate Program in Parasitology, Biology Institute, UFPel – Pelotas (RS), Brazil.

Dulce Stauffert

Pharmacist. PhD in Parasitology, UFPel – Pelotas (RS), Brazil.

Carolina Caetano dos Santos

Undergraduate student in Biological Sciences, UFPel – Pelotas (RS), Brazil

Nilton da Cunha Filho

Biologist. PhD in Parasitology, UFPel – Pelotas (RS), Brazil.

Luciana Siqueira Silveira dos Santos

Biologists. PhD students in the Postgraduate Program in Parasitology, Biology Institute, UFPel – Pelotas (RS), Brazil.

Laura Maria Jorge de Faria Santos

Biologists. PhD students in the Postgraduate Program in Parasitology, Biology Institute, UFPel – Pelotas (RS), Brazil.

Mariângela Freitas da Silveira

Physician. Associate Professor, School of Medicine, UFPel – Pelotas (RS), Brazil.

Nara Amélia da Rosa Farias

Veterinarian. Professor, Postgraduate Program in Parasitology, Biology Institute, UFPel – Pelotas (RS), Brazil

Publicado

2022-04-20

Como Citar

1.
Bruni MP, Lopes Ângela S, Stauffert D, Santos CC dos, Cunha Filho N da, Santos LSS dos, et al. Infecção por Trichomonas Vaginalis em mulheres atendidas pelo serviço público no Rio Grande do Sul, Brasil: frequência, fatores de risco e sinais clínicos. DST [Internet]. 20º de abril de 2022 [citado 21º de novembro de 2024];27(3-4):79-91. Disponível em: https://bdst.emnuvens.com.br/revista/article/view/742

Edição

Seção

Artigo original