Perfil clínico-nutricional de portadores do vírus HIV atendidos em um hospital de referência do Nordeste brasileiro
Palavras-chave:
síndrome de emaciação, síndrome de lipodistrofia associada ao HIV, síndrome da imunodeficiência adquiridaResumo
Introdução: A AIDS caracteriza-se como doença degenerativa, crônica e progressiva. Após a introdução da terapia antirretroviral (TARV), observou-se uma importante redução na morbimortalidade. No entanto, ao longo do tratamento, os indivíduos podem apresentar alterações cardiometabólicas. Objetivo: Avaliar o perfil clínico-nutricional de portadores de HIV atendidos em um hospital de referência do Nordeste brasileiro. Métodos: Estudo do tipo descritivo transversal realizado no ambulatório e na unidade de internação de Doenças Infecto-Parasitárias (DIP) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Foram avaliadas variáveis nutricionais e clínicas. A amostra foi não probabilística por conveniência. Os dados foram digitados no programa Excel para Windows® e as análises realizadas no Programa SPSS® versão 13.0, com nível de significância de 5% para rejeição de hipótese de nulidade. Resultados: Foram avaliados 110 pacientes (54,5% em enfermaria). A média de idade foi 39±11 anos, e 15,4% possuíam 50 anos ou mais. Do total, 64,5% eram do sexo masculino. Entre os pacientes de enfermaria, 52,5% apresentaram complicações metabólicas; 1,6%, lipodistrofia e 15%, síndrome consumptiva, enquanto os pacientes ambulatoriais apresentaram valores de 76%, 4% e 4%, respectivamente. Tempo de diagnóstico, indicação, tempo e adesão à TARV não mostraram diferenças entre os grupos. Conclusão: As alterações metabólicas relacionadas a risco cardiovascular e à preservação do estado nutricional prevaleceram nos pacientes ambulatoriais, enquanto o perfil clínico-nutricional dos internados mostrou a desnutrição energético-proteica como a complicação mais frequente, com maior comprometimento do sistema imunológico e maior frequência de infecções oportunistas e sintomas gastrointestinais. O uso de drogas lícitas e/ou ilícitas, a falta de conhecimento sobre a importância da medicação e a negligência no autocuidado foram os principais motivos para o uso irregular da TARV.