Concepções e práticas sobre saúde e sexualidade de estudantes adolescentes em Juiz de Fora, Minas Gerais
conceptions and practices of teenage students in Juiz de Fora, Minas Gerais
Palavras-chave:
doenças sexualmente transmissíveis, educação sexual, adolescente, promoção da saúdeResumo
Introdução: A adolescência, fase de vertiginosas transformações biopsicossociais, está intrincada à formação da personalidade e às manifestações sexuais. Esses fatores, somados à desinformação e ao contexto social no qual estão inseridos, expõem os adolescentes a uma maior vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis (DST), condição que merece especial atenção das políticas públicas de saúde. Objetivo: O estudo visa traçar o perfil sociocultural dos adolescentes e sua relação com o conhecimento destes acerca das DST, além de incentivar práticas sexuais seguras. Métodos: O estudo observacional transversal e descritivo utilizou amostra de 489 estudantes do 9º ano de 18 escolas públicas municipais da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, sendo realizadas aplicação de questionário semiestruturado e posterior análise dos dados obtidos. Além disso, foram efetuadas palestras educativas e apresentação musical pelos discentes do curso de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Resultados: Os resultados apontam para conhecimento e responsabilidade social insuficientes dos adolescentes diante dos desafios que o exercício da sexualidade impõe, além de fatores potencialmente contribuintes para a vulnerabilidade dos jovens. Nesse contexto, apesar de 26,2% já terem iniciado sua vida sexual, o índice de 81,3% deles usando preservativos é insatisfatório. Além disso, apenas 37,4% declararam-se enturmados no ambiente escolar e 61,5% relataram aceitação social completa, sugerindo a necessidade de busca de aceitação por comportamentos de permissividade sexual. Destaca-se ainda o uso de drogas ilícitas de 15,3%. Conclusão: O estudo mostra que, apesar de iniciada a vida sexual, o conhecimento dos adolescentes é insatisfatório acerca das DST, expondo, assim, a necessidade de estes serem encarados como vulneráveis no âmbito das políticas públicas de saúde, sendo a realização de atividades na escola uma estratégia estimuladora do bem-estar na vivência da sexualidade.