A cirurgia de alta frequência no tratamento da neoplasia intraepitelial cervical e seu impacto na redução da mortalidade por câncer cervical
Palavras-chave:
neoplasia intraepitelial cervical, conização, eletrocirurgia, mortalidade, recorrênciaResumo
Introdução: O adequado tratamento da neoplasia intraepitelial cervical é um importante componente dos programas de prevenção do câncer cervical, e seu manejo inadequado pode aumentar o risco futuro de progressão para neoplasia. Objetivo: Avaliar os resultados da cirurgia de alta frequência no tratamento da neoplasia intraepitelial cervical em uma importante capital do Sul do país e o impacto na redução da mortalidade por câncer cervical nos 20 anos subsequentes. Métodos: Estudo tipo coorte retrospectivo de pacientes submetidas a tratamento da neoplasia intraepitelial cervical, no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2007, no Serviço de Patologia Cervical do Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, Brasil, analisando a morbidade do tratamento e o risco de recorrência da doença utilizando o teste das proporções (χ2) e valor p≤0,05, relacionando esses dados às taxas de mortalidade no período dos últimos 20 anos. Resultados: O número de 1.550 pacientes, com idade entre 14 e 93 anos (35,3±11,42). A taxa de recidiva foi 6,8%. As complicações pós-operatórias foram 5,8% de sangramento, 2% de estenose de colo e 2% de infecção. A taxa de mortalidade para câncer de colo na cidade de Curitiba caiu de 12 para 3,8 casos/100mil mulheres, ocorrendo o aumento da incidência da lesão in situ em contraposição à redução dos demais estadios clínicos. Conclusão: a cirurgia de alta frequência mostrou-se um instrumento relevante e de alta eficácia no tratamento da neoplasia intraepitelial cervical, contribuindo de forma efetiva para a redução da mortalidade por câncer de colo uterino, justificando seu uso de maneira sistemática dentro dos programas de prevenção.