A (des)informação relativa à aplicação da penicilina na rede do sistema de saúde do Brasil
o caso da Sífilis
Palavras-chave:
droga, alergia, anafilaxia, penicilina, sífilis, Brasil, DSTResumo
Introdução: mais de 60 anos após o reconhecimento do efeito antibacteriano da penicilina, a sua utilização não vem sendo realizada de modo adequado. Infecções com indicação clara para o uso desse medicamento, como a sífilis congênita, mantêm-se como problema de saúde pública no Brasil. Objetivo: este artigo identifica e discute as questões relacionadas com a dificuldade do uso da penicilina na rede do Sistema Único de Saúde, tomando como exemplo o caso da sífilis. Métodos: trata-se de uma revisão sistemática de documentos técnico-científicos disponíveis na literatura a respeito da aplicação da penicilina e dos desafios relacionados com seu uso. Toma-se como referência principal de estudo o caso da sífilis no Brasil. Resultados: situações associadas aos riscos do uso da penicilina, à questão da resistência a antibióticos, às bases do conhecimento sobre alergia à penicilina, ao diagnóstico e ao manejo das reações anafiláticas são abordadas. Conclusão: conclui-se que a interpretação e a construção equivocadas de documentos técnicos oficiais, a inadequação da formação de profissionais da saúde, os interesses econômicos e a fragilidade da rede de atenção no manejo de reações anafiláticas são situações que favorecem à utilização insuficiente da penicilina na sífilis congênita.