Sífilis Congênita como fator de assistência pré-natal no Município de Campo Grande – MS
Palavras-chave:
sífilis, sífilis congênita, pré-natal, DSTResumo
Introdução: estima-se em 3,5% as gestantes portadoras de sífilis no Brasil, com risco de transmissão vertical em 50% a 85% dos casos e a taxa de mortalidade perinatal em torno de 40%. Entre os fatores de risco, inclui-se a falta de adequada assistência pré-natal. Objetivo: verificar a prevalência de sífilis congênita (SC) na cidade de Campo Grande e descrever os dados epidemiológicos, obstétricos e perinatais da população estudada, destacando seu papel como fator de qualidade de assistência pré-natal. Métodos: estudo observacional transversal dos casos de sífilis congênita ocorridos em 512 puérperas, no período de 1o de fevereiro a 30 de abril de 2006. O diagnóstico baseou-se nos critérios propostos pelo Ministério da Saúde. Utilizaram-se a entrevista ao leito com puérperas e a verificação dos exames realizados durante o pré-natal ou no ato da internação. Resultados: o coeficiente de SC encontrado foi de 23,4 casos por 1.000 nascidos vivos. Conforme os critérios do CDC, a totalidade dos casos foi de SC presumível.
O coeficiente de mortalidade perinatal por SC foi zero. Das gestantes com sífilis, 75% relataram acompanhamento pré-natal prévio. Em apenas 42% dos casos, o diagnóstico de sífilis materna foi realizado antes do parto. Somente 33% foram adequadamente tratadas durante o pré-natal. Os parceiros das gestantes infectadas não foram adequadamente tratados em aproximadamente 60% dos casos. Os filhos das pacientes foram rastreados para sífilis em apenas 40% dos casos. Conclusão: a prevalência de SC observada foi de 2,3%. Houve a constatação de elevada prevalência de puérperas infectadas, tratamento inadequado das pacientes e de seus parceiros e rastreamento inadequado dos filhos. Os dados expostos reforçam a importância do pré-natal na redução da sífilis congênita, enfatizando a melhoria da qualidade desta assistência para a população avaliada.