O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer

compromissos e possibilidades do cuidado de si

Autores

  • Cristiane C. Paula Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Ivone E. Cabral
  • Ívis Emilia O. Souza

Palavras-chave:

saúde da criança, saúde do adolescente, enfermagem pediátrica, síndrome de imunodeficiência adquirida, DST

Resumo

Introdução: as crianças com aids por transmissão vertical transitam da infância para a adolescência, e pouco se sabe sobre como cuidam de si. Objetivo: compreender as possibilidades de cuidado de si no cotidiano do adolescer com aids. Métodos: foram depoentes: 11 adolescentes não institucionalizados, de 12 a 14 anos, que conheciam seu diagnóstico, atendidos em três HU/RJ. O projeto obteve aprovação de todos os CEP. Utilizou-se a entrevista fenomenológica e a análise hermenêutica heideggeriana. Resultados: desde que acharam o “negócio no sangue” têm que tomar remédio todos os dias, várias vezes e sempre, e não sabem se um dia poderão parar. Com a descoberta de que possuem o “vírus”, compreenderam que têm de cuidar da saúde para continuar vivendo, irem sozinhos às consultas hospitalares, fazerem exames e controlarem seu tratamento. Por conta da adolescência, precisam trocar de doutores que são legais. Precisam tomar o remédio do modo certo para terem saúde, imunidade, e evitarem doenças ou coisas mais graves. Estão cansados do tamanho ruim dos comprimidos e da interferência no dia a dia. Alguns tomam os comprimidos sozinhos, mas fazer o tratamento é difícil, então precisam de ajuda de alguém. Alguns nunca pararam o tratamento, outros o fizeram por orientação médica ou por conta própria. Justificam: não aceitam o “problema”. Sabem que a alimentação e os exercícios ajudam no tratamento. Conclusão: a transmissão vertical do HIV determinou uma necessidade especial na sua saúde: a dependência da tecnologia medicamentosa. Essa facticidade envolve a criança em uma rede de cuidados profissional e familiar. Durante a infância, necessitam integralmente dos cuidados prestados pelos familiares e, na transição da infância para a adolescência, passam a compreender a necessidade de cuidar de si, a partir de suas responsabilidades “cow-sigo” e da ajuda familiar. Assim, as crianças revelam-se no movimento de ser-cuidado-por para ser- cuidado-com.

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Biografia do Autor

Cristiane C. Paula, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Enfermeira, Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EE/UFRGS/RS/BR), Doutora pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ/RJ/BR), Professora-Assistente do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (DEnf/UFSM/RS/BR) na área de Saúde da Criança e do Adolescente. Líder do Grupo de Pesquisa Cuidado às Pessoas, Famílias e Sociedade (UFSM) e Membro do Núcleo de Pesquisa de Enfermagem em Saúde da Criança (NUPESC/EEAN/UFRJ).

Ivone E. Cabral

Enfermeira, Doutora pela UFRJ. Pós-Doutorado na McGill University (Canadá). Professora-Associada do Departamento de Enfermagem Materno- Infantil (DEMI) da EEAN/UFRJ. Pesquisadora do CNPq e do NUPESC (EEAN/UFRJ). Diretora do CEPEn da ABEn-Na.

Ívis Emilia O. Souza

Enfermeira, Doutora pela UFRJ. Professora-Titular do DEMI da EEAN/ UFRJ. Membro do NUPESC (EEAN/UFRJ) e Membro da Diretoria Colegiada do Núcleo de Pesquisa de Enfermagem em Saúde da Mulher (UFRJ).

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Publicado

2008-12-01

Como Citar

1.
Paula CC, Cabral IE, Souza Ívis EO. O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer: compromissos e possibilidades do cuidado de si. DST [Internet]. 1º de dezembro de 2008 [citado 23º de novembro de 2024];20(3-4):173-8. Disponível em: https://bdst.emnuvens.com.br/revista/article/view/944

Edição

Seção

Artigo original