Mulheres monogâmicas e suas percepções quanto à vulnerabilidade a DST/HIV/Aids
Palavras-chave:
doenças sexualmente transmissíveis (DST), mulheres, percepção, vulnerabilidadeResumo
Introdução: o HIV/aids é considerado uma epidemia mundial e atualmente segue quatro tendências: heterossexualização, interiorização, pauperização e feminização. A mulher está especialmente vulnerável a esta epidemia, considerando suas características biológicas e anatômicas específicas, além da pressão exercida pelos parceiros, levando-as a ter um poder de escolha e de tomada de decisão nas relações afetivo-sexuais e reprodutivas, submetendo-se conscientemente a situações de risco para aquisição das DST/HIV/aids. Objetivo: verificar a porcentagem de DST/HIV/aids em mulheres monogâmicas, conhecer as percepções destas quanto à vulnerabilidade aos mesmos agravos e identificar fatores protetores às DST/HIV/aids no grupo estudado. Métodos: estudo transversal, descritivo-exploratório, realizado com 27 mulheres, em abril e maio de 2008, no ambulatório de DST/HIV/aids de um hospital universitário de Fortaleza - CE. Resultados: vinte e quatro (88,9%) mulheres encontravam-se na fase reprodutiva (21 a 49 anos); 16 (59,3%) tinham o ensino médio; e 14 (51,9%) não tinham renda própria, dependendo financeiramente dos seus parceiros. Sete (26,0%) não detinham conhecimento sobre as formas de transmissão das DST/HIV/aids. Somente seis (22,2%) usavam o preservativo masculino “sempre” e 26 (96,3%) afirmaram não uso de drogas injetáveis. Dezesseis mulheres (59,2%) percebiam-se sem risco para DST/HIV/aids, sendo a justificativa mais frequente a confiança no parceiro único, com 12 (44,4%). Conclusão: promoção do sexo seguro junto às mulheres monogâmicas deve trazer como foco a vulnerabilidade às DST/HIV/aids, visto que essas mulheres podem estar se relacionando com um parceiro que é bígamo.