O impacto do programa mãe curitibana sobre a transmissão vertical do HIV no município de Curitiba entre 2000 e 2009
Palavras-chave:
assistência pré-natal, transmissão vertical do HIV, Programa Mãe Curitibana, DSTResumo
Introdução: grande parte dos diagnósticos da infecção pelo HIV em mulheres ocorre durante a gestação e a transmissão vertical é a principal forma de aquisição do HIV em crianças. Assim, a assistência pré-natal representa excelente oportunidade para ações profiláticas, visto que sem medidas de intervenção durante a gestação, a taxa de transmissão do HIV atinge 30%. Objetivo: o presente estudo descreve as ações do Programa Mãe Curitibana em relação às gestantes HIV-positivo e a transmissão vertical. Métodos: análise retrospectiva no período de 2000 a 2009 dos dados de notificação e assistência de gestantes HIV-positivo residentes em Curitiba. Resultados: na ausência de intervenções, calcula-se que dentre as 1.169 gestantes HIV-positivo notificadas de 2000-2009 poderiam ocorrer 350 infecções verticais. Neste contexto, o total de 44 recém-nascidos infectados nestes 10 anos evidencia que as intervenções realizadas para evitar a transmissão contribuíram para evitar um total de 306 crianças infectadas verticalmente pelo HIV em Curitiba. Medidas como a testagem HIV descentralizada de gestantes, parturientes e parceiros, o referenciamento para acompanhamento especializado, a medicação antirretroviral na gestação, no parto e para o RN, cesariana eletiva quando indicada, inibição da lactação e acompanhamento de puerpério e puericultura mostraram-se eficazes para esta redução da transmissão. Com esforços, a taxa de transmissão que em 1999 se encontrava em 5,1% passou para 2,5% em 2009. Conclusão: a captação precoce da gestante, o diagnóstico laboratorial, a organização dos fluxos, medidas rápidas de intervenção, adesão ao tratamento, acompanhamento da criança e da mulher são ações do Programa Mãe Curitibana que têm auxiliado na diminuição da transmissão vertical do HIV.